sábado, 27 de junho de 2015

terça-feira, 23 de Junho de 2015 Carta de uma palestino-brasileira a Gil e Caetano Soraya Misleh, de São Paulo (SP)Queridos Caetano e Gil,Tenho 46 anos de idade. Como muitos da minha idade e geração, cresci ouvindo suas belas músicas. Mas, infelizmente como poucos da minha idade e geração, também cresci ouvindo histórias de um povo muito generoso, hospitaleiro, que cuidava de sua terra com muito amor, até que um dia foi expulso dali, violentamente. Estou falando do povo palestino, das minhas raízes. Sou brasileira de origem palestina. Meu pai tinha apenas 13 anos de idade quando, juntamente com toda a família e cerca de 800 mil palestinos, foi obrigado a deixar sua terra para um exílio – e refúgio – que já dura 67 anos. Minha mãe também é filha de palestino.Caetano, é por isso que leio com tristeza sua resposta a Roger Waters, em que afirma: “Eu me lembro que Israel foi um lugar de esperança.” Israel se fundou sobre um projeto deliberado de limpeza étnica do povo palestino, para constituição de um Estado homogêneo, exclusivamente judeu. O que há de lugar de esperança nisso? Até então, na Palestina, vivia uma minoria judaica, além de cristãos, muçulmanos e pessoas não religiosas. Meu pai conta que, quando era criança, judeus, cristãos e muçulmanos brincavam juntos, sem rótulos. Isso não é possível com apartheid. Nunca tivemos qualquer problema com judeus. Somos contra o projeto sionista – não contra judeus. Assim como o mundo se posicionou contra o apartheid na África do Sul e os horrores do Holocausto sob nazismo, nosso pedido é que se posicionem contra o sionismo. Gil, diferentemente do que afirmou à imprensa, não há nada de democrático em um Estado com essa natureza.Muitas das músicas de vocês, que trazem tanta poesia à nossa vida, servem para embalar também a nostalgia de uma terra para a qual os palestinos expulsos em 1948 estão impedidos de retornar, onde cabia todo mundo. “Felicidade foi se embora/ E a saudade no meu peito ainda mora (...)/ A minha casa fica lá de trás do mundo/ onde eu vou em um segundo quando começo a cantar/ O pensamento parece uma coisa à toa/ mas como é que a gente voa quando começa a pensar.”De lá para cá, Israel expulsou em 1967 mais milhares de palestinos. Hoje, são 5 milhões vivendo em campos de refugiados. Ao longo de todo esse período, a situação não tem melhorado. Pelo contrário, com o incremento da colonização, muitos palestinos continuam sendo expulsos de suas terras. Assim, com base no direito internacional e tendo como referência o apartheid que perdurou até os anos 1990 na África do Sul, o Tribunal Russell sobre Palestina declarou em 2011 que Israel é um Estado de apartheid institucionalizado (leiam aqui, por favor:https://goo.gl/nL3UKR). Há leis racistas e discriminatórias contra os palestinos, que são desumanizados cotidianamente.As nossas famílias foram separadas e apenas em 2010 pude pisar pela primeira vez na terra em que meu pai nasceu. Tive a emoção de conhecer o único irmão de meu pai ainda vivo e uma enorme e amorosa quantidade de primos. Tenho, por justiça, lutado para denunciar a ocupação e o apartheid israelenses há anos e estou engajada na campanha de BDS a Israel – um chamado da sociedade civil palestina até que os direitos humanos fundamentais lhe sejam garantidos.Pela minha origem e por esse crime – o crime de fazer valer o direito à liberdade de expressão e manifestação no Brasil por que vocês tanto lutaram –, não pude mais rever minha família. Em 2011, fui impedida de entrar na Palestina, após um calvário de interrogatórios, revistas e intimidação de mais de dez horas (calvário esse que todos os brasileiros-palestinos passam quando vão visitar seus familiares). Neste ano, em março, participei do Fórum Social Mundial em Túnis, na Tunísia, e construímos, como parte do processo por um mundo mais justo, uma missão humanitária à Palestina ocupada. A missão foi devidamente negociada junto ao governo brasileiro e as autoridades israelenses e mesmo assim, foi negada a entrada a mim e a outro brasileiro, Mohamad El Kadri – dos 16 integrantes, os dois únicos com pais e avôs árabes. Como ficou demonstrado, o apartheid começa já na fronteira israelense.Lembro-me que em 2010 encontrei-me com Nita Freire, viúva do educador Paulo Freire, que me contou que Paulo Freire recusou-se a participar de uma atividade numa universidade israelense que falaria sobre diálogo. Paulo Freire recusou-se por entender que parte dos interlocutores do suposto diálogo não poderia estar presente, diante do apartheid. Disse que estaria à disposição no momento em que de fato essa situação se transformasse.Como infelizmente ainda não chegou este momento, peço a vocês: cancelem o show em Israel. Os palestinos, fãs da sua música, não poderão estar presentes – eles não podem transitar livremente. Se eu quisesse ver o show de vocês em Tel Aviv, não poderia. Israel afirmou que sou “ameaça a sua segurança” e estou banida de visitar meus familiares e a terra de meus ancestrais por cinco anos. Não sou terrorista, sou um ser humano que luta por justiça.Gil, ouvi você cantar “Imagine” no Fórum Social Mundial em Túnis, Tunísia, em 2013. Esse outro mundo que você tão bem cantou, trazendo a lembrança de John Lennon, não é possível enquanto aceitarmos como normal o apartheid a que está submetido o povo palestino.Mantenho a esperança de contar com a mensagem inestimável de vocês ao mundo, por justiça, igualdade e liberdade. E deixo aqui as palavras do poeta palestino Mahmoud Darwish: “Nós, palestinos, sofremos de um mal incurável que se chama esperança. Esperança de libertação e de independência. Esperança de uma vida normal, na qual não seremos nem heróis nem vítimas. Esperança de ver nossas crianças irem à escola sem riscos. Para uma mulher grávida, esperança de dar à luz um bebê vivo, num hospital, e não uma criança morta diante de um posto de controle militar. Esperança de que nossos poetas verão a beleza da cor vermelha nas rosas e não no sangue. Esperança de que esta terra reencontrará seu nome original: terra de amor e de paz. Obrigado por carregar conosco o fardo dessa esperança.”Obrigada, Gil e Caetano!

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Querido pastor, por Gregorio Duvivier

Da Folha
Gregorio Duvivier
Querido pastor,
Aqui quem fala é Jesus. Não costumo falar assim, diretamente -mas é que você não tem entendido minhas indiretas. Imagino que já tenha ouvido falar em mim -já que se intitula cristão. Durante um tempo achei que falasse de outro Jesus -talvez do DJ que namorava a Madonna- ou de outro Cristo -aquele que embrulha prédios pra presente- já que nunca recebi um centavo do dinheiro que você coleta em meu nome (nem quero receber, muito obrigado). Às vezes parece que você não me conhece.
Caso queira me conhecer mais, saiu uma biografia bem bacana a meu respeito. Chama-se Bíblia. Já está à venda nas melhores casas do ramo. Sei que você não gosta muito de ler, então pode pular todo o Velho Testamento. Só apareço na segunda temporada.
Se você ler direitinho vai perceber, pastor-deputado, que eu sou de esquerda. Tem uma hora do livro em que isso fica bastante claro (atenção: SPOILER), quando um jovem rico quer ser meu amigo. Digo que, para se juntar a mim, ele tem que doar tudo para os pobres. "É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus".
Analisando a sua conta bancária, percebo que o senhor talvez não esteja familiarizado com um camelo ou com o buraco de uma agulha. Vou esclarecer a metáfora. Um camelo é 3.000 vezes maior do que o buraco de uma agulha. Sou mais socialista que Marx, Engels e Bakunin -esse bando de esquerda-caviar. Sou da esquerda-roots, esquerda-pé-no-chão, esquerda-mujica. Distribuo pão e multiplico peixe -só depois é que ensino a pescar.
Se não quiser ler o livro, não tem problema. Basta olhar as imagens. Passei a vida descalço, pastor. Nunca fiz a barba. Eu abraçava leproso. E na época não existia álcool gel.
Fui crucificado com ladrões e disse, com todas as letras (Mateus, Lucas, todos estão de prova), que elestambém iriam para o paraíso. Você acha mesmo que eu seria a favor da redução da maioridade penal?
Soube que vocês estão me esperando voltar à terra. Más notícias, pastor. Já voltei algumas vezes. Vocês é que não perceberam. Na Idade Média, voltei prostituta e cristãos me queimaram. Depois voltei negro e fui escravizado -os mesmos cristãos afirmavam que eu não tinha alma. Recentemente voltei transexual e morri espancado. Peço, por favor, que preste mais atenção à sua volta. Uma dica: olha para baixo. Agora mesmo, devo estar apanhando -de gente que segue o senhor.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

A Bíblia contra o macaco

por Nirlando Beirão — publicado 07/06/2015 09h04, última modificação 11/06/2015 19h00
Começava, 90 anos atrás, o tribunal da intolerância, com Darwin no banco de réus. A América mudou alguma coisa?


Bettmann/Corbis
Clarence-Darrow
Em Dayton, Darrow tenta disseminar a virtude da dúvida
Dayton, Tennessee, era, 90 anos atrás, um povoado de 1,8 mil almas fervorosamente assistidas por nove igrejas e um punhado de iracundos pregadores dispostos a irrigar seu rebanho com a crença de uma superioridade moral baseada na adesão incondicional à Palavra de Deus. 
Espreguiçando-se “num vale sorridente”, como anotou H. L. Mencken, Dayton trazia em si aquele charme rural, aprazível, que disfarçava uma estufa de superstições, preconceitos e hipocrisia capaz de explodir em ódio contra quem quer que rejeite a autoridade literal da Bíblia e de seus porta-vozes. Um vilarejo, observou Mencken, no qual não havia salão de dança ou de jogo e onde o esporte mais praticado era o rezar. “A oração tem o poder de realizar muita coisa”, ironizou Mencken. “Pode curar diabetes, encontrar carteiras perdidas e proteger as esposas das agressões dos maridos.”
O processo instaurado no dia 25 de maio de 1925 contra um professor de Ciência de 24 anos da Rhea County High School, que tendia perigosamente a desacreditar a narrativa do Gênesis e a contestar que a terra é plana e infestada de espíritos do mal, teria passado despercebido como um daqueles episódios típicos de uma América puritana, racista, ignorante, se não fosse pelo simbolismo que o julgamento ganhou e pela concentração decelebrities que Dayton, casta e pura, de repente acolheu.
Dayton-Tennessee
Os fundamentalistas de Dayton: do anonimato ao deboche
Para pontificar na defesa de John T. Scopes, cujos óculos de aros acadêmicos prenunciavam um sinistro liberal, acorreu Clarence Darrow, o carismático criminalista identificado com as causas progressistas e humanitárias, que tinha no currículo a defesa de negros, sindicalistas e homossexuais – ou seja, na versão da caipirada local, o Belzebu em pessoa.
Para exacerbar a acusação, recrutou-se outro figurão de prestígio, William Jennings Bryan, que, após três frustradas tentativas de chegar à Presidência dos Estados Unidos por um Partido Democrata ainda muito distante do engajamento social de Franklin Delano Roosevelt, tinha se convertido ao mais descabelado fundamentalismo religioso, insuflando pelo país afora multidões de crédulos com o timbre catastrófico de profeta do Apocalipse. Para Bryan, seria um acerto de contas com Darrow – “aquele ateu e agnóstico” – que vivia ridicularizando seu fanatismo.
Uma enxurrada de jornalistas também inundou Dayton com seu elenco de estrelas, a começar por aquele H. L. Mencken, que botou a serviço do Baltimore Evening Sun a sua verve embebida em sarcasmo – mas que, ao final de 11 dias de suarenta batalha forense, num ambiente que lembrava apropriadamente a fornalha do Inferno, permitiu-se brindar Bryan não mais com o artifício do deboche, e sim com a santa indignação que quem testemunhou no acusador um desfile de “imbecilidades peculiares” e de “insensatez teológica”. “Chegou herói, saiu bufão”, apostrofou o jornalista.
Foi Mencken, aliás, quem batizou aquela “orgia religiosa” (palavras dele) de The Monkey Trial (O Julgamento do Macaco) – uma vez que ficou óbvio que ali não se tratava de julgar um iniciante professor do curso secundário e, sim, de condenar Charles Darwin in absentia, a Teoria da Evolução, a Origem das Espécies, 65 anos depois de sua publicação – na concepção primária e abjeta dos fundamentalistas, punir na figura de um mestre-escola, aquela ideia de que “o homem vem do macaco”, que não foi esculpido do barro, 6 mil anos atrás, pela mão de uma divindade barbuda e quase sempre vingativa.
Nesse contexto, o infiel Scopes saiu do foco do debate e das câmeras, assim como o próprio juiz John T. Raulston, um magistrado medíocre que se juntou sem constrangimento ao coro de Hosanah dos acusadores, cerceando a defesa e deixando claro que a sentença estava decretada antes mesmo do julgamento. O apelo midiático do The Monkey Trial, na verdade, estava na coreográfica esgrima entre Darrow e Bryan, dois astros dos tribunais, Bryan empenhado em denunciar o solerte ataque dos inimigos da fé, Darrow previamente convencido de que as pérolas de sua reconhecida eloquência seriam recebidas por aquela plateia de caipiras como se ele as despejasse – Mencken comparou – em tubulações de esgoto no Afeganistão. Mas Darrow tinha uma causa a defender – e mesmo a sua previsível derrota no covil provinciano haveria de expor fora dali o ridículo hediondo da intolerância e do fundamentalismo.
John-Scopes
Scopes, o acusado, saiu do foco
coup de théâtre do “velho diabo” – old devil, tal como Darrow passou para a posteridade – aconteceu na tarde de 20 de julho, que precederia a sentença já sabida. “A defesa deseja chamar o senhor Bryan como testemunha.” A frase ecoou como um petardo na sala. Perplexidade do juiz, constrangimento da defesa. William Jennings Bryan, o Savonarola de Dayton, resigna-se a subir à tribuna. Clarence Darrow acerca-se. “O senhor tem um considerável conhecimento sobre a Bíblia, não tem, Mr. Bryan?” Bryan vacilou: “É, tenho tentado”. “Não tenho dúvidas a esse respeito”, respondeu Darrow. “Cinquenta anos”, eu acho, disse Bryan.
O massacre iria durar duas horas. O senhor acredita que Jonas foi engolido por uma baleia? Se foi, quanto tempo ele ficou na barriga dela? O senhor acredita que Josué fez o Sol parar no céu? Se fez, não teria acontecido alguma coisa à Terra? Qual é a idade da Terra, senhor Bryan? O senhor crê que o mundo foi criado em seis dias? – e assim o sulfuroso Darrow saiu cutucando um confuso Bryan, cuja única resposta passou a ser um irritado e genérico “eu acredito na Bíblia, Mr. Darrow”. Os enviados da imprensa gargalhavam.
Os vencedores acabaram ficando com o mico. A repercussão mundial do julgamento inibiu a ofensiva criacionista que do Tennessee ameaçava se alastrar pelo Deep South – Geórgia, Alabama, Mississippi. John T. Scopes foi condenado pela heresia de pregar a ciência, não o dogma, mas um agora envergonhado juiz Raulston reduziu a multa a 100 dólares – que organizações de direitos civis trataram de pagar. Scopes mudou-se para Chicago, onde ganhou uma bolsa para estudar Geologia. Só em 1967 a Corte Suprema do Tennessee baniu a lei antievolução. William Bryan não teve como saborear o duvidoso triunfo: morreu seis dias após a sentença, de ataque cardíaco.
Noventa anos depois, nos EUA do Tea Party, de Sarah Palin, dos televangelistas carolas da Fox News e das infindáveis seitas de cristãos born again, tem muita gente que, assim como aqueles jecas de Dayton, vive o dilema Bíblia vs. o macaco. Com cega adesão à Bíblia.
Darrow-Bryan
Darrow e Bryan, em momento de trégua, esgrimiam diferenças agudas

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Recado ao Pastor Silas Malafaia

Se vai boicotar O Boticário, deixe de lado também Facebook e Apple
Gil Alessi, El País
O primeiro passo é sair do Facebook. Sim, se você quer boicotar empresas que defendem direitos dos homossexuais vai ter que deixar a rede social de lado. Ela é uma das 379 empresas que assinaram um documento entregue à Suprema Corte dos Estados Unidos em março pedindo o fim da proibição do casamento gay. Não procure a lista das signatárias no Google: o buscador mais popular da Internet também está entre elas. Deixar de usar produtos da O Boticário, que lançou na semana passada uma campanha do Dia dos Namorados com casais homossexuais trocando presentes, parece fácil comparado a abandonar a sua timeline e ficar sem os likes.
O vídeo da marca de cosméticos, com pouco mais de 30 segundos, foi ao ar na TV aberta e no canal da empresa no YouTube. Alguns internautas criticaram as cenas de afeto - um abraço - entre casais gays, e pediram um boicote à marca. O Boticário reagiu divulgando uma nota onde afirma que a campanha busca "abordar com respeito e sensibilidade a ressonância atual sobre as mais diferentes formas de amor. Independente de idade, raça, gênero ou orientação sexual".
Então se você optou por boicotar o Facebook, ainda pode contar com Twitter certo? Errado. O microblog também assinou o documento entregue à Suprema Corte. Bom, que tal deixar as redes sociais de lado um pouco e descontrair jogando videogames? Se você quer boicotar as companhias pró-LGBTs, fique longe da franquia Fifa e da série The Sims, já que a Eletronic Arts, responsável pelos produtos, é a favor do casamento igualitário. Mas quem precisa de videogames na era dos smartphones? A não ser que você tenha um iPhone ou um celular com sistema operacional Android ou um Windows Phone. Neste caso, se livre dos aparelhos: Apple (o presidente da empresa, Tim Cook, é gay assumido) e Microsoft também assinaram a carta, e o Android é da Google.
Para o boicotador de verdade, calças Levis e produtos da Nike também estão vetados. Inclusive aquela camisa da seleção brasileira que vez ou outra sai do armário para ir a manifestações contra a corrupção e contra o Governo. Acostume-se também ao sabor dos refrigerantes Dolly: tanto a Coca-Cola quanto a Pepsico, fabricante da Pepsi, assinaram a lista. O café no Starbucks e o sorvete da Ben & Jerrys também terão que ser deixados de lado. E nem pense em pagar nada disso com seu cartão de crédito Visa ou do Citibank.
Viajar para a Disneylândia também não pode: a empresa responsável por Mickey & companhia é signatária do documento. Mesmo se não fosse, o boicotador sério jamais poderia ir para o mundo da fantasia a bordo de um avião da United Airlines, Delta ou American Airlines: todas apoiam o casamento gay. E nunca a passagem de avião pode ser adquirida com desconto no site de compras coletivas Groupon. Se deixar de consumir todas estas marcas parecer triste e der vontade de chorar, não seque as lágrimas com lenços de papel Kleenex: a fabricante deles, Kimberly-Clarck, também é a favor do casamento gay.